Helena estava em São Paulo há três dias. O tempo parecia suspenso, como se o mundo estivesse esperando por uma decisão que só ela podia tomar. Arthur estava tentando limpar seu nome, mas a situação era mais delicada do que ele deixava transparecer.
Naquela manhã, ela recebeu uma ligação de um jornalista que havia coberto o caso.
— Helena, sei que você está envolvida com Arthur. E talvez queira saber: há uma investigação paralela. Não é só sobre contratos. Há suspeita de que ele tenha sido usado como laranja por um grupo maior. E ele pode ser indiciado.
Helena sentiu o corpo gelar.
— Você tem certeza?
— Ainda é extraoficial. Mas o nome dele está circulando em documentos internos. E se isso for confirmado, ele pode ser afastado por tempo indeterminado.
Ela desligou sem responder. Sentou-se no sofá do ateliê, olhando para os quadros inacabados. Arthur entrou pouco depois, com expressão cansada.
— Você soube — disse ele, sem que ela precisasse perguntar.
— Por que não me contou?
— Porque