O sol entrava pelas janelas do ateliê com uma intensidade diferente naquela manhã. Helena estava sentada no chão, cercada por papéis e esboços, mas o que ocupava sua mente era outra coisa: a leveza. Pela primeira vez em semanas, não havia tensão. A investigação havia sido encerrada. Arthur estava livre. E ela também.
Ele entrou na sala com café nas mãos e um sorriso que ela não via há tempos.
— Dormiu bem? — perguntou ele, sentando ao lado dela.
— Dormi em paz. E isso é raro.
Arthur encostou a cabeça no ombro dela.
— Agora que tudo passou... o que você quer?
Helena olhou para ele com calma. Mas a resposta veio com intensidade.
— Quero você. Não como fuga. Não como abrigo. Quero você como escolha.
Arthur sorriu, os olhos brilhando.
— Então escolhe. Agora. Aqui.
Ela se levantou, puxou a mão dele, e o levou até o centro do ateliê. Ali, entre tintas e luz, eles se abraçaram com força. O beijo veio quente, profundo, como se o tempo tivesse acumulado desejo demais.
Helena segurou o rosto de