(Alexander)
O som dos meus passos ecoava pelo corredor da casa como se cada passada denunciasse o peso das escolhas que fiz. Desde que Dylan surgiu em minha porta, querendo reconstruir laços que ele mesmo ajudou a romper, minha mente não teve um minuto de paz.
Emily… ela tem tentado manter a calma, mas eu a conheço. Sei quando o olhar dela se perde em pensamentos, quando os lábios se curvam para esconder a dor. Sei porque aquela mesma dor também habita em mim.
Entrei no quarto e fechei a porta com cuidado. O cheiro dela ainda pairava no ar, como uma lembrança viva do que construímos, do que destruímos, e do que tentamos reconstruir. Sentei-me na beira da cama, passando as mãos pelo rosto. Tanta coisa ficou pendente entre nós. Tantas palavras que jamais disse, tantos pedidos de desculpa engolidos pelo orgulho.
A porta se abriu devagar, e Emily apareceu. Seus olhos me encontraram, e naquele instante eu soube que ela sentia o mesmo aperto no peito.
— Você está bem? — ela perguntou, a voz