POV: Emily
A primeira coisa que fiz quando acordei foi respirar fundo, tentando lembrar a mim mesma que estava viva. E livre.
Pela primeira vez em meses, talvez anos, eu não estava presa ao passado, nem às mãos de Alexander, nem à sombra do que poderia ter sido. Estava em um novo apartamento, com móveis improvisados, cheiros desconhecidos e o som abafado da cidade invadindo pelas janelas.
Mas era meu.
E isso bastava por enquanto.
Naquela manhã, eu tinha um compromisso importante — minha primeira reunião oficial com o conselho editorial da editora Valente, a mesma que havia demonstrado interesse em publicar minha coletânea de contos. Mateo Vilar, com sua energia caótica e mente afiada, seria meu editor responsável. E, surpreendentemente, o projeto estava sendo levado a sério por pessoas que não sabiam — ou fingiam não saber — que parte daquelas histórias era sobre mim.
Ou sobre nós.
Vestida de forma simples, mas segura — uma blusa azul de seda e uma calça de alfaiataria escura —, prend