POV: Emily
O som da chuva ainda ecoava na minha mente, mesmo depois de ter cessado. Era como se meu corpo insistisse em guardar aquele momento na estufa. A sensação da pele de Noah contra a minha, o gosto dos seus lábios, o peso das palavras que dissemos — e das que deixamos de dizer.
Mas o que me perseguia, mais do que qualquer lembrança doce, era o olhar de Alexander. Frio. Afiado. Como uma lâmina encostada na minha garganta.
Voltei para o quarto depois que Noah adormeceu no sofá da biblioteca. Ele não pediu nada além da verdade. Não cobrou promessas que eu não poderia fazer. Mas eu vi nos olhos dele a esperança — uma esperança perigosa. E eu não tinha certeza se conseguiria corresponder.
Fechei a porta do meu quarto devagar e me encostei nela, sentindo o coração bater acelerado. O quarto estava mergulhado na penumbra, iluminado apenas pela luz trêmula do abajur. Caminhei até a janela e puxei a cortina. A noite estava mais escura do que eu lembrava. Pesada.
Eu me sentia pesada també