Poeira, risos e olhos verdes
O sol tímido de sábado já atravessava a cortina quando Eloise abriu os olhos. O sonho da noite passada ainda parecia grudado nela, mas não havia tempo para mergulhar de novo naquela sensação estranha. Precisava de ar.
Vestiu um conjunto esportivo simples e saiu para correr pelas ruas do bairro. O vento frio da manhã batia contra o rosto, e a cada passo acelerado sentia o corpo se libertar da tensão da semana. A corrida era o único momento em que o coração batia forte sem que Augusto Monteiro fosse o motivo.
Ao voltar, o pai já estava sentado à mesa, lendo o jornal e tomando o café que ela mesma tinha preparado antes de sair.
— Pensei que fosse dormir até mais tarde hoje, filha — ele ergueu os olhos por cima do jornal.
— Não consigo — respondeu, servindo-se de café preto. — Preciso gastar energia, senão enlouqueço.
O clima era leve, quase domesticamente tranquilo — contrastando com o turbilhão que ainda ecoava por dentro dela. Conversaram sobre coisas simp