A noite promete.
Eloise estava parada diante do espelho, observando o reflexo como se não o reconhecesse de imediato. O vestido justo em tom vinho abraçava suas curvas com elegância, sem ser vulgar. O decote discreto, o tecido macio que descia até a altura dos joelhos e a fenda lateral davam um ar sofisticado — quase ousado para alguém que passara semanas presa entre escritório e casa.
Nos pés, os saltos pretos alongavam ainda mais sua silhueta. O cabelo, solto em ondas leves, caía sobre os ombros, com aquele brilho natural que ela quase tinha esquecido de notar. Um batom vermelho, passado com cuidado, completava a produção.
Eloise piscou para o próprio reflexo, respirando fundo.
— Faz tempo que você não se vê assim… — murmurou para si mesma. — Ok, Eloise, você é jovem, precisa viver.
De repente, uma dúvida passou por sua cabeça.
“Será que deveria avisá-lo? Mas, afinal… nem somos um casal.”
Ajeitou a bolsa pequena sobre o ombro e desceu as escadas. O pai, sentado na sala, ergueu os ol