Na manhã seguinte, o cheiro da tensão já estava impregnado na casa antes mesmo de o sol nascer. Você acordou antes de mim, se vestiu em silêncio e passou o café sozinho na cozinha. Quando desci as escadas, ainda de camisola, você estava em pé, com o celular preso entre o ombro e o queixo, falando em turco com voz baixa, enquanto passava os dedos por um mapa aberto sobre a mesa.
— Istasyon Caddesi… sim. Eles vão passar por ali. Coloque dois homens no telhado da barbearia. — Você pausou, me viu, e seus olhos suavizaram por um segundo. — Hayır, Barış’a yaklaşmayın. Sadece gözlemleyin. Tamam.
Terminou a ligação, colocou o celular sobre a mesa e me olhou com uma calma falsa.
— Hoje vamos dar um recado.
— Isso é um código para “hoje alguém vai morrer”?
— Hoje, alguém vai entender que eu voltei ao jogo.
Sentei-me à mesa, tentando ignorar o frio que subiu pela minha espinha.
— E você acha que Barış vai apenas observar?
— Ele vai testar meus limites. Mas não vai se arriscar agora. Não depois d