Hanna
A primeira coisa que sinto ao acordar é calor.
O calor do peito dele nas minhas costas.
O braço pesado e protetor envolvendo minha cintura.
A respiração tranquila contra meu pescoço, como se dormir comigo fosse a coisa mais natural do mundo.
Por um segundo — apenas um — eu fecho os olhos e deixo esse conforto me dominar.
É tão fácil…
Tão perigoso…
Tão tudo o que eu não deveria sentir.
Eu me mexo devagar e, no processo, lembro da noite anterior.
Lembro do toque dele, da forma como ele me olhava como se eu fosse a única coisa no mundo que importava.
E lembro do celular.
Da ligação.
De Porter.
E de Ethan atendendo no meu lugar.
Abro os olhos imediatamente, o coração apertado no peito.
Eu não sei o que me assusta mais:
O passado batendo na porta da minha vida…
Ou o jeito que Ethan o fechou sem hesitar.
Ele se move atrás de mim, como se meu despertar puxasse o dele.
— Ei… — a voz dele surge ainda rouca, profunda, gastinha de sono. — Você tá bem