Ethan
O carro parou em frente ao prédio dela, mas eu já estava com a mão na maçaneta antes mesmo de o motorista anunciar.
Eu nem disse “boa noite”.
Eu só saí.
O frio da madrugada não me alcançava.
Nada alcançava.
O único pensamento que eu tinha era Hanna — aberta, tremendo, me esperando.
Entrei no saguão como se já conhecesse o caminho.
O elevador parecia mais lento do que antes, como se quisesse me torturar.
Meu coração batia forte demais, rápido demais.
Quando a porta abriu no andar dela, meu corpo inteiro pulsava.
Aproximei-me da porta…
E ela abriu antes que eu tocasse a campainha.
E então eu a vi.
Hanna.
O robe curto, frouxo, os cabelos soltos, os olhos arregalados com a surpresa de me ver ali — e ainda assim… querendo que eu estivesse.
Algo dentro de mim quebrou.
— Ethan… — ela disse, a voz fraca.
Eu entrei antes que ela terminasse.
Fechei a porta atrás de mim.
E por um segundo, apenas um segundo, fiquei parado diante dela, respirando o mes