Lex
Já passava da meia-noite e eu ainda estava acordado, virando de um lado pro outro na cama.
Pijama, travesseiro, coberta… nada ajudava.
O corpo cansado, mas a mente? Correndo uma maratona.
Fechei os olhos e, como um replay que eu não pedi, veio tudo de novo: o sofá, a manta, o calor dela encostando em mim.
O jeito que o ombro dela tremia e ela fingia que era frio — por favor. Eu sabia que não era.
Revivi cada segundo.
A respiração dela, curta.
O cheiro leve de perfume floral que parecia ter grudado na minha pele.
E o som baixinho que ela fazia toda vez que o filme dava um susto — meio susto, meio riso nervoso.
Suspirei, jogando o braço por cima do rosto.
Aquilo não podia estar me afetando tanto assim.
Mas estava.
E quanto mais eu tentava esquecer, mais lembrava.
O toque dela, a proximidade, a forma como o corpo dela relaxou no meu…
Droga.
Revirei de novo.
“Ela deve estar acordada também”, pensei.
Principalmente depois de ver aquele filme com demônios, sangue e gritos — o tipo de c