Ana
Quando abro os olhos, ainda meio perdida entre sonho e realidade, a primeira coisa que sinto é um peso suave contra meu ombro. Demoro alguns segundos para perceber o que está acontecendo.
O ar fresco da madrugada ainda toca meu rosto, o canto dos grilos continua firme lá fora, e o céu começa a clarear no horizonte. Mas nada disso importa, porque Lex está ali. Dormindo. Encostado em mim.
Meu corpo fica tenso no mesmo instante. O coração dispara como se tivesse ouvido um tiro. Tento engolir a surpresa, mas a verdade é que o simples fato dele estar desse jeito, tão próximo, tão vulnerável, me desmonta.
Ele respira devagar, a cabeça descansando perto do meu pescoço. Um fio do cabelo dele roça minha pele, e eu prendo o ar sem querer. Parece ridículo, mas nunca imaginei que esse homem, sempre tão forte, tão distante, pudesse simplesmente apagar do meu lado como se fosse… natural. Como se a gente fosse íntimos há muito tempo.
Por alguns segundos penso em acordá-lo. Seria o certo, né? Só