Saca tudo. Sem gracinha!
Ana
A arma ainda estava apontada pra mim e meu coração batia tão rápido que parecia querer rasgar meu peito. Eu já sabia. Já tinha perdido. Podia sentir a derrota queimando antes mesmo de tocar as teclas do caixa.
Meus dedos tremiam, deslizando pela tela, obedecendo a cada ordem que a voz áspera do ladrão lançava por trás da máscara. “Saca tudo. Sem gracinha!”
Cada número digitado era como uma facada na minha esperança. O saldo que eu tinha acabado de ver — aquele que me fez respirar aliviada por alguns segundos — ia desaparecer diante dos meus olhos.
O caixa eletrônico começou a cuspir as notas, uma atrás da outra, e o barulho parecia um soco. Eu sentia meu corpo encolher a cada segundo, como se minha dignidade estivesse sendo sugada junto com o dinheiro.
O homem ao meu lado pegou o maço de cédulas com pressa, contando rapidamente.
— Boa menina. Sabia que ia cooperar.
Ele ainda teve a audácia de dar um tapinha no meu rosto, como se eu fosse um cachorro obediente. Eu fechei os olhos,