Ana
Meu coração pulou dentro do peito assim que ouvi a voz de Lara.
Era como ver um fantasma andando em plena luz do dia. Ela estava diferente, claro, mais adulta, mais elegante, mas ainda havia algo nos olhos dela que me jogava direto para a infância. A menina que eu confiava, que era a minha melhor amiga, e que me traiu pelas costas. Me abandonou no meio da estrada.
Eu com certeza não tinha superado toda aquela história, mas eu tinha aceitado encontrá-la e não podia fugir agora me segurei ao máximo pra não demonstrar o desconforto e falei.
— Oi, Lara.
— Oi, Ana. — disse ela, quase sem voz.
Eu forcei um sorriso meio hesitante. Meu coração estava quase saindo pela boca, a briga se repetia na minha cabeça como se tivesse acabado de acontecer. Respirei fundo e tentei guardar bem lá no fundo todo o ressentimento pra conseguir sair viva dessa conversa.
Nos abraçamos de leve, aquele abraço estranho de quem já foi íntima mas não sabe mais se pode encostar sem quebrar alguma coisa. Senti o