Ana
A noite já tinha engolido o céu quando eu desci para a varanda. O jantar tinha sido uma mistura de provocações, risadas e aqueles olhares do Lex que me deixavam sem ar. Mas agora, enquanto os funcionários recolhiam as últimas louças, ele surgiu do nada com uma garrafa de vinho na mão e um sorriso malandro.
— Não acha que a noite ainda tá muito nova pra ir dormir? — perguntou, balançando a garrafa na minha frente.
— Você tá tentando me embebedar, é isso? — cruzei os braços, fingindo indignação.
— Talvez. — Ele riu, já enchendo duas taças sem esperar minha resposta. — Mas só porque você fica mais sincera depois de um gole.
Revirei os olhos, mas aceitei. E foi assim que, alguns minutos depois, estávamos sentados lado a lado no sofá da varanda, rindo de absolutamente tudo. Eu já sentia minhas bochechas esquentarem — não sei se pelo vinho ou pelo olhar dele, que parecia cada vez mais difícil de sustentar.
— Você sempre foi assim? — perguntei, meio sem filtro. — Todo cheio de charme, pa