O céu ainda estava escuro quando Isabelle abriu os olhos, bem antes de o sol despontar no horizonte. A mansão dormia. Nenhum som ecoava pelos corredores frios. Nenhuma luz acesa. Nenhum passo. Nenhum sussurro.
Ela se sentou devagar na cama, abraçando os próprios joelhos. Sentia-se exausta, vazia, despida da própria alma. Desejava com todo o seu ser que a noite anterior tivesse sido apenas um pesadelo. Mas sabia que não era.
Como movida por uma força maior, ela levantou-se, pés descalços tocando o chão gelado de mármore. Os primeiros passos foram lentos. Ela desceu as escadas com cuidado, ainda em camisola, o robe de seda escorrendo por seus ombros frágeis.
Foi ao salão.
E então viu.
Ali, no canto do tapete bege, repousava a prova silenciosa do que havia acontecido: sua calcinha rendada jogada, esquecida, como uma lembrança cruel do prazer proibido.
Isabelle parou. O ar fugiu dos pulmões. Um frio cortante a percorreu da nuca à espinha. As pernas vacilaram. Sentiu o chão oscilar sob seu