O quarto ainda estava mergulhado em penumbra, como se o tempo tivesse parado entre aquelas paredes de pedra úmida. O ar era denso, impregnado de um cheiro mineral e frio, e a pequena janela, alta demais para qualquer tentativa de fuga, deixava passar apenas uma réstia de luz pálida que cortava a escuridão. Isabelle repousava no colchão fino, o corpo coberto por um lençol áspero que pouco a aquecia. Seus olhos inchados e a respiração profunda revelavam o peso do cansaço físico e da exaustão emocional.
Dormia, mas não havia paz em seu sono. Cada músculo tenso denunciava os sonhos conturbados que a perseguiam: o medo, a solidão, a sensação de abandono.
A porta rangeu, lenta, prolongando o som como uma lâmina arranhando o silêncio. Passos pesados, firmes, ecoaram pelo espaço, preenchendo-o de uma presença inconfundível. Ele entrou.
Alto, imponente, a camisa preta aberta no peito revelava parte do corpo másculo e marcado pelo sol. Uma corrente de ouro repousava sobre a pele, cintilando à p