O relógio marcava pouco mais de nove horas da manhã quando Isabelle acordou sozinha na cama macia do hotel em Dubai. A luz suave filtrava-se pelas cortinas de linho, tocando seu corpo nu com delicadeza, como se até o sol quisesse reverenciá-la depois da noite que tivera.
Levantou-se devagar, os músculos ainda relaxados, o corpo ainda marcado pelo desejo satisfeito. Caminhou até o banheiro, abriu a torneira da banheira e deixou a água quente encher lentamente o espaço. Enquanto o vapor preenchia o ambiente, Isabelle se viu no espelho. Os olhos azuis brilhavam de forma diferente. Ela estava viva. Verdadeiramente viva.
E, pela primeira vez em muitos anos, sentia-se... mulher.
Enquanto mergulhava na água morna e perfumada, uma memória distante emergiu de forma abrupta: ela em Dubai anos atrás, recém-casada, sendo fotografada ao lado de Claude no saguão do mesmo hotel. Aquela Isabelle era só um enfeite bonito, um objeto pendurado ao braço de um homem que a maltratava com palavras, gestos e