O amanhecer na Villa Farella trouxe um brilho dourado sobre o mármore polido dos corredores e as paredes antigas, onde quadros de gerações passadas olhavam como testemunhas silenciosas. Apesar da beleza do dia, o clima dentro da casa estava longe de ser sereno. Dominico caminhava decidido pelo corredor principal, a mandíbula travada e as mãos fechadas em punhos dentro dos bolsos do terno.
Cada passo ecoava, como um aviso, até que chegou ao salão principal. Ali, o patriarca Farella estava sentado à cabeceira da longa mesa, revisando alguns documentos, uma xícara de café ao alcance da mão. Perto dele, Salvatori Ricci conversava tranquilamente com dois homens do clã, a postura impecável, o terno perfeitamente ajustado. Lizandra, mais afastada, tomava chá com expressão serena, mas por dentro aguardava, com o coração acelerado, o impacto da bomba que ela mesma havia plantado na noite anterior.
Dominico entrou com passos firmes, e o salão pareceu se aquietar. Todos voltaram os olhos para el