A tarde deslizava silenciosa pela encosta dos Alpes. O céu, nublado em tons cinza perolado, refletia o mesmo frio interior que Isabelle carregava há meses. Na mansão Marchand-Lefevre, a rotina havia se tornado mecânica: café servido por Amélie às oito em ponto, papéis apresentados por Claude às nove, e Isabelle sempre ausente — mesmo quando presente.
Naquele dia, porém, o destino viria bater à porta de forma inesperada.
Claire caminhava pelo hall quando ouviu o som de um carro importado estacionando discretamente à frente. Ajustou o avental, e antes mesmo de tocar a maçaneta da porta, a campainha ressoou firme e elegante. Ao abri-la, encontrou um homem alto, vestindo sobretudo escuro sobre um terno bem cortado. Seus olhos verde-acinzentados buscaram os dela com respeito.
— Boa tarde. Sou Jean Carlo Lefevre. Claude está?
Claire hesitou. Conhecia o nome, claro. Mas o rosto... era a primeira vez. Assentiu educadamente, sem demonstrar surpresa, e o conduziu à sala principal. Claude não es