Cristal entrou pela porta lateral, fechando-a devagar para não fazer barulho. Tirou os sapatos na entrada e começou a subir as escadas de mansinho, o coração batendo forte. Mas antes que pudesse alcançar o topo, a voz dele ecoou da sala de estar:
— Chegando agora?
Ela parou, os dedos ainda no corrimão. Engoliu em seco antes de descer os degraus novamente. Raphael estava ali, sentado no sofá com uma taça de uísque na mão, vestindo apenas uma calça de moletom e a expressão fria que ela já conhecia bem demais.
— O que você tá fazendo acordado a essa hora? — ela perguntou, tentando manter a voz firme.
— A pergunta é: onde você estava?
Cristal cruzou os braços, mantendo o tom calmo.
— Precisava respirar. Andar. Ficar longe um pouco. E como você estava ocupado com sua “melhor amiga”, achei que não faria falta.
Ele bufou, levando a taça aos lábios antes de encará-la com os olhos estreitados.
— Isso é sobre a Emilly? De novo?
— De novo? — ela deu uma risada amarga. — Você tá