40. Eduardo partira pela manhã

O sangue de Max gelou. Seus dedos se fecharam com força ao redor do papel, antes de ele marchar até a cozinha e jogá-lo no fogão a lenha. As chamas o consumiram rapidamente, mas o gosto amargo daquelas palavras permaneceu em sua boca.

Cecília, que o seguiu em silêncio, observou a cena com os braços cruzados.

— Isso tem a ver com alguma mulher? — questionou, arqueando uma sobrancelha.

Max desviou o olhar, focando nas últimas cinzas do bilhete.

— Não é nada com que você precise se preocupar.

— Oh, claro. Porque quando um homem queima uma carta sem sequer me contar do que se trata, isso certamente não é algo com que eu deva me preocupar — ela rebateu, cruzando os braços.

Max suspirou, esfregando o rosto.

— Cecília…

— Era de alguma mulher? — ela insistiu, sem ceder um centímetro.

Max hesitou por um instante.

— Não exatamente.

Cecília bufou, virando-se de costas.

— Então há uma mulher envolvida.

— Isso é passado — Max afirmou, sua voz tensa.

Mas as palavras dele
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