22. Uma reputação em xeque
O quarto estava mergulhado em penumbra, iluminado apenas pela luz fraca de um lampião esquecido em um canto. O cheiro amadeirado do álcool misturava-se ao perfume doce da pele de Cecília, um lembrete torturante do que ele acabara de fazer.

Max estava deitado ao lado dela, o corpo ainda quente, mas a mente já tomada por uma maré sufocante de culpa.

Você é um desgraçado, Max. Um libertino sem honra.

Ele fechou os olhos com força, tentando apagar a imagem dela — os lábios entreabertos, o corpo tremendo sob o dele, a inocência que ele tomou sem hesitar. Cecília não pertencia àquele lugar. Não pertencia a ele.

E, ainda assim, ele a quis.

A cada toque, a cada gemido entrecortado, ela se entregou como se fosse feita para ele. Como se, por um breve instante, o mundo lá fora não existisse.

Mas agora, na quietude cruel que veio depois, tudo o que restava era a consciência pesada e amarga.

A jovem ao seu lado, com os cabelos escuros espalhados como um véu no travesseiro áspero, pare
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