21. Paixão avassaladora 
As palavras dele ainda ecoavam na mente de Cecília.
  "Há coisas em mim que você não deveria desejar."
  Mas naquele momento, naquele canto escuro da taberna, tudo o que ela conseguia sentir era o calor do corpo dele tão próximo ao seu. O cheiro de tabaco misturado ao perfume amadeirado que a entontecia. Os dedos fortes ainda em volta de seu braço, como se ele não conseguisse deixá-la partir.
  E ela não queria partir.
  Só uma vez.
  Só uma vez e depois esqueceria. Enterraria aquele desejo no fundo da alma, se casaria com Eduardo e tudo voltaria ao lugar.
  — Eu deveria ir — sussurrou, mas sem mover um único músculo.
  Max sorriu – um sorriso amargo e perigoso.
  — Então vá, Cecília. — Os olhos dele queimavam os dela. — Ninguém está te impedindo.
  Mas ele estava. A presença dele a prendia mais do que qualquer corrente.
  E quando ele soltou seu braço para provar que não a deteria, ela ficou.
  A capa escorregou de seus ombros enquanto Cecília deu um passo à frente.
  — Uma única vez