ALANA
A quebrada tava em festa.
Mas meu sangue…
tava fervendo.
Não era pela treta em si.
Era pelo tanto que aqueles olhos me subestimaram.
Diguinho achou que eu era só mais uma “mina do Muralha”.
Como se meu nome não tivesse história.
Como se eu não tivesse pisado em chão ensanguentado muito antes de conhecer Caio.
Como se eu não soubesse o que é encarar a morte com um cassetete numa mão e um fôlego só no peito.
E aí veio a Aziza.
Com aquele jeitinho dela.
Braço cruzado, testa franzida e uma pergunta cuspida com veneno:
— “Sério que tu vai deixar essa palhaçada, Muralha?”
Eu girei o pescoço devagar.
Porque eu sabia que ele ia responder.
Sabia o tipo de resposta que vinha quando o sorriso dele pendia pro lado torto.
E veio.
— “Tá com pena do marido que vai apanhar, priminha? Vai lá ajudar ele.”
Eu quase ri.
Porque por dentro…
eu tava acendendo um fósforo em cima da gasolina.
Não era mais sobre Diguinho.
Era sobre cada homem que já tentou me dobrar na força.
Cada polícia que du