capítulo 58

📕 Capítulo — O Galo Canta e Morre (parte final)

Narrado por Muralha

O chão do galpão já tava manchado.

O suor escorria misturado com sangue.

E o cheiro… o cheiro era de fim.

De bicho encurralado.

De alma condenada.

O Galo não gritava mais.

Só soluçava baixo, arfando, a cabeça pendendo pro lado, os dedos todos tremendo — uns quebrados, outros roxos, um já torto demais pra voltar.

Diguinho limpava a testa dele com a manga da camisa, não por pena…

Mas pra ele continuar acordado.

— “Vai apagando não, desgraçado.” — rosnou. — “Tu ainda tem que escutar o fim.”

Fui até a caixa de novo.

Abri mais uma vez.

Devagar.

Peguei a chave de fenda.

Grossa. Gasta na ponta.

Já tinha aberto porta, caixote e garganta.

Voltei pra frente dele.

— “Tá doendo, né?” — perguntei.

Ele chorava. Só chorava.

Respirava como recém-nascido no colo do diabo.

— “Mas não é dor física que te quebra, Galo… é saber que tu decepcionou quem te chamou de irmão.”

Me abaixei. Encostei a ponta da chave entre as costelas dele.

— “S
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