capítulo 47

[NARRADO POR CAIO – O MURALHA]

A subida da Conquista tava ali.

A dois quarteirões.

Só mais uma curva e a quebrada abraçava a gente de volta.

Mas foi aí que eu vi.

Quatro viaturas.

Dois carros descaracterizados.

Um camburão parado feito corvo em cima da entrada da viela.

Luz baixa. Sirene desligada. Mas o perigo escancarado no silêncio.

— “Porra...” — soltei entre os dentes, o volante firme na mão. — “Eles tão aqui.”

Alana se inclinou, olhou pela janela.

— “Viatura do lado esquerdo… outra atrás da lanchonete. Tem mais duas lá no alto da ladeira.”

— “Tão esperando a gente entrar.”

Ela virou pra mim.

— “Tu vai tentar?”

— “Não.”

Pisei no freio.

Seco.

O carro deu aquele baque que só vem com decisão de vida ou morte.

— “Não vou poder subir.”

— “Por quê?”

— “Porque se eu entrar… quem vai morrer é o morro.”

Ela me encarou. Séria. Tensa. Mas ali, no fundo do olho, tinha orgulho.

Orgulho de ver que, no meio da loucura, eu ainda protegia os meus.

— “Eles tão armando o bot
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