[NARRADO POR CAIO – O MURALHA]
A subida da Conquista tava ali.
A dois quarteirões.
Só mais uma curva e a quebrada abraçava a gente de volta.
Mas foi aí que eu vi.
Quatro viaturas.
Dois carros descaracterizados.
Um camburão parado feito corvo em cima da entrada da viela.
Luz baixa. Sirene desligada. Mas o perigo escancarado no silêncio.
— “Porra...” — soltei entre os dentes, o volante firme na mão. — “Eles tão aqui.”
Alana se inclinou, olhou pela janela.
— “Viatura do lado esquerdo… outra atrás da lanchonete. Tem mais duas lá no alto da ladeira.”
— “Tão esperando a gente entrar.”
Ela virou pra mim.
— “Tu vai tentar?”
— “Não.”
Pisei no freio.
Seco.
O carro deu aquele baque que só vem com decisão de vida ou morte.
— “Não vou poder subir.”
— “Por quê?”
— “Porque se eu entrar… quem vai morrer é o morro.”
Ela me encarou. Séria. Tensa. Mas ali, no fundo do olho, tinha orgulho.
Orgulho de ver que, no meio da loucura, eu ainda protegia os meus.
— “Eles tão armando o bot