capítulo 46

[NARRADO POR CORONEL DANIELA VASCONCELLOS]

O café esfriava na xícara.

Branco. Sem graça. Com a borda trincada.

Como o sistema que eu sirvo.

A chuva batia nas janelas da base, fina, insistente, como dedo cutucando ferida. Eu observava o pátio lá embaixo, soldados marchando numa coreografia ensaiada — disciplina de fachada. Porque a verdadeira guerra… é a que começa quando ninguém mais tá olhando.

Peguei o telefone interno.

— “Chama o Vilela. Agora.”

Dois minutos depois, ele apareceu.

Cara de sono, casaco molhado, olhar inquieto. Um rato tático. Útil. Corrompido. E meu.

Fechei a porta com a palma da mão. Tranquei. Porque o que vinha agora não era conversa. Era conspiração.

— “Senta.”

Ele obedeceu.

Eu não perdi tempo.

— “A Sargento Alana continua sumida. Nenhum rastro. Nenhuma merda de sinal. Mas eu já entendi. Ela não tá perdida. Ela se escondeu.”

Vilela tentou bancar o ponderado.

— “A gente já tem viatura nas redondezas da última...”

Levantei a mão. Cort
Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App