[Narrado por Coronel Daniela Vasconcellos]
Desci o morro com a certeza de quem sobe pra cravar bandeira.
Não pedi passagem.
Não precisei.
A barreira abriu porque eu mandei abrir. Porque o X9 é meu. Porque o morro, por mais que grite, sangra pelas beiradas — e eu sei exatamente onde espremer.
No banco de trás da viatura, tirei a boina e ajeitei a manga da farda. Tudo calculado. Tudo no lugar.
Meu silêncio pesava mais que sirene.
Cheguei na base, subi direto pra sala de estratégia. Vilela já me esperava, de pé, tenso. Ele sempre fica assim depois que eu volto com o cheiro da guerra no uniforme.
— “Coronel,” — ele murmurou, como quem sabe que eu trago mais do que relatório.
Larguei os documentos na mesa com um estalo seco. As fotos do morro, o nome do Caio, os mapas, tudo ali.
Mas eu já tinha o que queria: o rastro dele.
— “Muralha tá na área. Sumido demais pra ser acaso. A Sargento não se esconde sozinha daquele jeito.”
— “Acha que ele ajudou?”
Olhei pra ele.
Demorado.
Frio.
— “Eu sei q