NARRADO POR ALANA
(a mulher que odeia perder até quando já se entregou)
— “Tu é um desgraçado...” — falei entre o gemido preso e o orgulho em ruínas.
Ele riu. De novo.
Mas dessa vez não foi só escárnio.
Foi vício.
— “Desgraçado que tu gosta...” — ele sussurrou no meu ouvido, com a boca encostando na curva do meu pescoço. — “Finge que me odeia, mas tá molhada desde a hora que viu a Aziza me abraçar.”
Mordi o lábio com tanta força que quase sangrou.
— “Vai se foder, Caio.”
— “Já tô.” — ele rosnou. — “Fodendo tua cabeça, tua calma, teu controle de farda. Tu quer me prender, Alana? Vai ter que algemar o próprio corpo primeiro.”
A respiração dele vinha quente, desgraçada, ritmada no meu pescoço.
E antes que eu explodisse — ou implorasse — ele se afastou.
Do nada.
Soltou a cintura.
Soltou o cabelo.
E se afastou com aquele ar de quem terminou um jogo que nem começou de verdade.
— “Tô indo tomar banho.” — disse, virando as costas. — “Se quiser continuar me xingando, bate na porta. Mas entra s