capítulo 22

Ela ficou ali.

Parada.

Esperando.

E eu… eu continuei fingindo que era só concreto. Só casca. Só blindagem.

Mas por dentro, cada palavra dela batia como se fosse pancada de fuzil no meio da cara.

"Decide, Muralha."

O jeito que ela disse aquilo…

Não foi cobrança.

Foi desafio.

Foi quase um pedido.

Ou talvez só cansaço.

A mulher que tava ali na minha frente não era a mesma que fugiu com a farda apertada e o coração desabando. Essa era outra. Mais dura. Mais fria. Mais parecida comigo do que eu gostaria de admitir.

E ainda assim…

Ainda assim era a única que me fazia esquecer que eu tinha virado pedra.

Joguei o cigarro fora.

Pisei em cima.

Encostei a cabeça na parede e fechei os olhos.

— “Tu não entende, Alana…”

— “Então me explica.” — ela cortou, firme. — “Porque eu tô aqui. E eu aguento ouvir.”

Abri os olhos devagar.

— “É que se eu deixar tu ficar… eu vou querer que tu fique de verdade.”

Ela engoliu seco.

Não respondeu.

Então continuei, mais baixo, quase num sussurro:

— “E se tu ficar… tu
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