capítulo 21

NARRADO POR MURALHA

(o dono do bunker e do próprio silêncio)

Saí do quarto antes que a voz dela tentasse justificar mais alguma coisa.

Nem bati a porta.

Nem olhei pra trás.

Só fui.

A verdade tava entalada na garganta, amarga como sangue velho.

E eu sabia: se ficasse mais um minuto ali, ou beijava… ou quebrava tudo.

Encostei na parede de fora do bunker. O concreto tava gelado. Mas nada mais frio que o que tava por dentro.

Encostei na parede do bunker com a cara virada pro nada e o peito rangendo de dentro.

O ar tava pesado, mas não era o clima. Era ela. Era a porra da presença dela que bagunçava tudo sem encostar em nada.

Fechei os olhos por dois segundos. Só dois. E já foi o bastante pra lembrar do sorriso dela com gosto de infância… e da farda dela com cheiro de traição.

Cuspi no chão.

Pra tirar o gosto.

Ou a memória.

Peguei o celular do bolso, disquei o número que meus inimigos nem sonham que existe.

Diguinho atendeu de primeira.

— “Fala.”

— “Preciso que tu assuma o alto do Conquist
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