Nos dias que seguiram, o escritório se tornou um palco onde todos atuavam.
Mas havia dois roteiros em andamento: o oficial, cheio de planilhas e relatórios, e o secreto, escrito em olhares rápidos e mensagens cifradas.
Lívia e Rafael seguiam o acordo de discrição.
Chegavam separados, falavam pouco em público, e mantinham uma distância ensaiada.
Mas bastava um toque acidental ao entregar uma pasta ou um “até amanhã” dito com a voz baixa demais para que o mundo real ficasse em segundo plano.
E foi nesse cenário de cuidado extremo que Camila começou a agir.
A primeira armadilha veio disfarçada de oportunidade.
Na reunião de diretoria, Camila sugeriu um novo projeto:
— Precisamos atualizar nossa comunicação institucional — disse, empolgada. — Mostrar o lado humano da gestão. Entrevistas, vídeos internos, bastidores dos setores.
Rafael, interessado, perguntou:
— E qual seria o foco inicial?
Camila sorriu, calculada. — O setor de Treinamento. Todo mundo fala do sucesso das ações da Lív