O som do mar ainda ecoava ao longe quando Lívia abriu os olhos.
A luz suave da manhã entrava pelas frestas da cortina, desenhando linhas douradas sobre os lençóis amassados.
Por um instante, ela não soube onde estava.
Depois, a lembrança veio — o toque, o beijo, o calor, o silêncio.
Rafael dormia ao lado, o rosto sereno, o corpo parcialmente coberto pelo lençol branco.
Havia uma paz nele que contrastava com a confusão doce que ela sentia.
Por um segundo, quis apenas ficar ali, observando-o respirar.
Mas a realidade bateu à porta junto com o medo.
O relógio marcava sete e meia.
Às nove, teriam reunião com a equipe de Recife.
Lívia levantou-se devagar, pegou as roupas espalhadas no chão e começou a se arrumar em silêncio.
No espelho, o reflexo mostrava uma mulher diferente — não a instrutora controlada, mas alguém que finalmente se permitiu viver.
Enquanto passava batom, ouviu a voz dele, rouca de sono:
— Você tá fugindo de mim?
Ela sorriu, sem virar. — Eu tô tentando manter o