Instinto de caça.
Sala isolada — Stuart & Co.
Lucas andava em círculos dentro da sala onde aguardava o jurídico. O relógio marcava 19h34. O suor escorria pela nuca. Os olhos, vermelhos de raiva contida. Ele pegou o celular, digitou rápido.
“Atende. A gente precisa conversar AGORA.”
Ligou.
Chamou uma vez. Duas. Três.
Caixa postal.
Ligou de novo.
Nada.
— Maldita… — ele murmurou, arremessando o celular contra a parede acolchoada da sala. Ele mesmo correu até o aparelho, o pegou do chão e ficou encarando o contato salvo como S.
— Eu te avisei. Te protegi. A gente tinha um acordo.
O telefone tremia na mão dele.
Ele sabia o que vinha depois: o isolamento. O descarte. O esquecimento. E pior — o desprezo de quem um dia fingiu estar do seu lado.
A raiva se transformava em algo mais sombrio: ressentimento.
Ele não ia cair sozinho. Nem calado.
A madrugada caiu pesada sobre o prédio da Stuart & Co. Luzes baixas, computadores em modo de espera, o silêncio interrompido apenas pelo som dos passos de Sop