[1 – O reencontro]
Luna chegou no estacionamento da empresa pontualmente às 19h. O dia tinha sido um borrão: aulas, alertas, olhares estranhos. E aquele pedido de Sophia… “Sozinha. Não fale com ninguém antes disso.”
Ao entrar na sala de vidro, encontrou Sophia de pé, encostada na mesa. O cabelo preso com firmeza, a expressão indecifrável. Mas havia uma inquietação nos olhos dela — uma mistura rara de cuidado e controle.
— Senta — disse, sem suavidade.
Luna obedeceu, o coração acelerado.
— Alguma coisa aconteceu?
— Estou prestes a te contar algo que pode mudar o modo como você olha pra algumas pessoas. Mas antes, preciso saber: você confia em mim?
Luna hesitou. Era verdade que confiava. Mas também era verdade que estava perdida demais para responder com clareza.
— Confio… mas estou com medo.
— Bom. O medo é o que te mantém alerta.
Sophia se aproximou, sentando-se de frente. Estudou cada reação de Luna ao falar:
— Alguém próximo a você está te sabotando. Tentando te queimar.