A tarde se escoava lentamente entre as sombras elegantes da sede da Stuart & Co., e a última imagem que ficou em Sophia, mesmo depois da despedida formal, foi a de Luna segurando seu caderno de anotações com as unhas pintadas de azul. A mesma cor da luz neon que banhava a pele da sua musa anônima nas lives. A coincidência martelava na cabeça de Sophia como um tambor tribal, primitivo, lascivo.
Ela voltou à sua sala com passos controlados, porém rápidos, como se fugir dos próprios pensamentos fosse uma opção. Sentou-se na cadeira giratória de couro, girou levemente para encarar a paisagem urbana pela parede de vidro, mas sua mente já não estava ali.
“Luna Ferreira.”
Repetiu o nome, em voz baixa. Soava comum demais para ser a mesma mulher das fantasias. Mas… e o olhar? E a presença? E a leve tremedeira que ela teve quando viu Sophia?
— Jacqueline — chamou de repente.
— Sim, senhora?
— Quero os arquivos de todos os alunos que apresentaram hoje. Dados de inscrição, currículos, e per