A Proposta Desesperada
RAFAEL
Saí do hospital sem rumo. São Paulo era uma cidade gigantesca e estranha para mim, um labirinto de ruas e prédios que se misturava à confusão em minha cabeça. Eu só queria esquecer, esquecer de tudo, até mesmo de ter conhecido Isabela. Eu nunca deveria ter entrado naquela floricultura, nunca deveria ter me permitido amá-la. Agora, eu estava mais uma vez com o coração partido, uma ferida aberta que doía a cada batida.
Enquanto eu abro a porta do meu carro, Andy me grita já do lado de fora do hospital, sua voz fina e preocupada me tirando de meus pensamentos sombrios.
— Rafael? Para onde você está indo?
Eu paro por um instante, a mão na maçaneta, pensando se deveria contar para ela. Mas a necessidade de desabafar, de externalizar a dor, era maior que a prudência. Ignoro meus próprios instintos e conto mesmo assim.
— Eu preciso de uma bebida, preciso esquecer. É clichê, eu sei, mas é a verdade — eu falo, a voz áspera, carregada de frustração.
— Você brigou c