Ela me conduziu, ou melhor, me arrastou de uma forma rude até o carro de Rafael. Meus pés mal se arrastavam pelo chão, meus joelhos cediam a cada passo. A porta do veículo se abriu com um estalo, e ela me empurrou para dentro. A chuva, que antes parecia fraca, agora batia em mim com força, encharcando minhas roupas, o vento gelado me cortando a pele. Eu mal conseguia ver algo ao meu redor, a visão embaçada, o mundo girando. O máximo que consegui fazer foi emitir sons de choramingos, um lamento fraco que escapava da minha garganta.
Rita, parecendo incomodada com meus gemidos, ligou o som do carro em um volume alto, preenchendo o pequeno espaço com uma música eletrônica vibrante que parecia chocar com a cena de horror. Ela começou a dirigir, a voz dela se misturando à batida, como se desabafasse.
— Sabe. Eu sempre fui apaixonada por Rafael — ela começou, a voz revelando uma obsessão doentia que eu nunca havia percebido. — Então, quando descobri que ele era casado com Jeniffer, eu sabia