PONTO DE VISTA DE ISABELA
No dia seguinte, ao cruzar a porta da floricultura, o mundo ao meu redor parecia inalterado. As flores na vitrine exibiam as mesmas cores vibrantes, exalavam o mesmo perfume embriagador. Os transeuntes apressados na rua seguiam seus caminhos habituais. O vento soprava com a mesma brisa suave da manhã.
Mas eu... eu não era mais a mesma.
A lembrança da noite anterior residia em cada célula do meu corpo, uma sensação boa que irradiava de dentro para fora. O toque suave de seus lábios nos meus, o calor firme de suas mãos em minha cintura, a forma como ele emoldurou meu rosto, como se eu fosse a mais preciosa das flores. E talvez, para ele, eu fosse.
Depositei o buquê de tulipas amarelas sobre a bancada de madeira e respirei fundo, o aroma fresco das pétalas invadindo meus pulmões. Pela primeira vez em um longo tempo, não senti a pontada familiar da traição de Carlos e Gisele.
Não me sabotei com pensamentos obscuros, com a sombra constante do passado. Eu simplesme