Rafael me deixou de carro em frente à floricultura, um silêncio respeitoso pairando entre nós durante o curto trajeto. Eu não podia deixar a loja fechada por muito tempo, agora que minhas responsabilidades tinham aumentado significativamente com a nova sociedade. O dia na floricultura transcorreu em sua normalidade habitual, entre a chegada de novas flores, a montagem de arranjos delicados e o atendimento aos clientes. No entanto, em meio ao aroma doce das rosas e ao verde exuberante das folhagens, a imagem de Emma encolhida naquele armário escuro persistia em minha mente. A fragilidade daquela pequena criatura, a dor silenciosa em seus olhos, me lembravam da força que ela precisaria encontrar para seguir em frente, mesmo com a ausência tão dolorosa da mãe ao seu lado. Eu sinceramente esperava que ela conseguisse, que encontrasse um caminho para lidar com a saudade e reconstruir sua alegria.
Quando finalmente fechei a floricultura, o céu já tingia o horizonte com tons alaranjados e