"Porque você sumiu assim, Emma? Seu pai e eu ficamos muito preocupados," murmurei, apertando-a em meus braços. Senti o corpinho dela tremer enquanto o choro diminuía aos poucos, transformando-se em soluços espaçados. Ela agarrava minha blusa com força, como se eu fosse a única âncora em meio à sua tempestade interior.
Esperei alguns instantes, deixando-a se acalmar em meu abraço. Sentei-me no chão frio, ajeitando-a em meu colo. O desenho amassado que ela segurava caiu no chão, e meus olhos curiosos o alcançaram. Era um retrato simples, feito com lápis de cor, de uma mulher sorrindo, com cabelos claros e olhos azuis vibrantes. Ao lado da figura materna, havia um desenho menor, um pouco desajeitado, de uma menina com duas tranças perfeitas e um sorriso largo.
"Esse é... um desenho da sua mãe?" perguntei, a voz suave, tentando não invadir aquele momento íntimo.
Emma apenas assentiu, a cabeça ainda escondida em meu peito. Senti as lágrimas quentes molharem minha blusa.
"E essa... é você?"