O Sábado no Parque

ISABELA

A manhã de sábado se arrastava devagar, daquele jeito preguiçoso que só um dia de folga sabe ter. Acordei sem pressa, preparei meu café com calma e me acomodei no sofá. Liguei a televisão mais por hábito do que por vontade real de assistir. Os pensamentos começaram a vagar, e logo me peguei refletindo sobre o quanto a minha vida havia mudado desde que cheguei nesta cidade. Ainda não tinha formado aquela rede de amigos que eu tanto desejava, mas duas pessoas já tinham marcado presença de forma definitiva: Emma e Rafael. E, para minha tranquilidade, o fantasma do passado — Carlos — parecia finalmente ter dado um passo para trás. Ou pelo menos era isso que eu queria acreditar.

Foi nesse silêncio morno, enquanto minha mente flutuava entre lembranças e expectativas, que bateram na porta. Abri e me deparei com a dupla inseparável: Emma, radiante e cheia de energia, e Rafael, com um olhar mais intenso do que de costume. Seus olhos encontraram os meus, carregando um