O Desenho e a Revelação
RAFAEL
Depois que finalmente consegui tirar a Emma da casa da Isa — parecia que ela tinha grudado na Isabela como chiclete em sapato novo —, a trouxe para nossa casa. A verdade é que a Isa tinha fisgado a Emma rapidinho. E, por mais que eu tentasse manter uma distância segura, sentia que ela estava entrando na minha vida também, sem pedir licença, de mansinho.
Cheguei em casa meio no automático e fui direto para a cozinha preparar a janta. Sabia que a Emma não ia querer comer de verdade, depois daquele banquete de lanche que a Isa ofereceu. Isa, por sinal, nem pareceu se importar com a presença da minha filha lá. Deixou ela super à vontade, como se fosse algo natural. Como se... já conhecesse a Emma há tempos.
Comecei a cortar uma carne na tábua, tentando ignorar o jeito como aquela mulher tinha bagunçado meu mundo em questão de dias, quando ouvi os passos leves da Emma voltando do quarto. Ela arrastava um caderno grande e um estojo cheio de canetinhas coloridas