O conforto da noite foi cruelmente contrastado pela manhã de novas surpresas na vida de Cristina. O sol mal havia se levantado quando a máquina de fofocas começou a funcionar, impulsionada pela vingança calculada de Teodoro e Marta. Eles não haviam esperado pela justiça legal, optaram pela justiça popular, mais rápida e infinitamente mais destrutiva para conseguirem o que queriam.
Cristina estava na cozinha, preparando o café e a lancheira das crianças para irem à escola, quando seu celular começou a tocar insistentemente. Eram mensagens de funcionários, de colegas de trabalho e, finalmente do Miguel, de seu amigo, que ligou:
一 Cristina, bom dia. Você viu as notícias que saíram?
一 Não, acordei e fiquei um pouco com os meninos. Por que Miguel? O que saiu de tão importante que meu celular não para de vibrar?
De vez da risada de seu amigo como sempre, ficou um silêncio que começou a deixar Cristina nervosa. Largou a mochila que carregava nas mãos, e sentou em uma cadeira em sua cozinha: