Mundo de ficçãoIniciar sessãoCristina vivia como o inverno: forte, reservada e acostumada ao frio da sua solidão. Após perder o esposo, decidiu que o amor seria uma estação que jamais voltaria a florescer em sua vida. Os anos passaram, e ela se acomodou na segurança de uma vida sem surpresas… até que Fernando surge como a primavera, trazendo cores e sensações que ela não sentia a muito tempo. A diferença de idade entre eles é apenas uma das barreiras que Cristina ergue em seu coração à princípio, mas Fernando não se importa com o tempo que separa os dois, ele acredita que o amor não segue calendários de tempo. Agora, Cristina precisa decidir: continuará presa ao inverno do passado ou vai se permitir colher flores novas trazidas nessa nova estação chamada amor!
Ler maisCristina, uma mulher de 34 anos de idade, moradora da grande metrópole de São Paulo. Vive somente com seus dois filhos em um pequeno e confortável apartamento deixado pelo que um dia foi o seu marido. Ela, cada dia que acorda e se olha no espelho de seu banheiro, percebendo as marcas do tempo em sua aparência lhe atinge dia após dia, era até frustrante ter que se olhar no espelho enquanto escova seus dentes.
Cristina ficava se perguntando porque tudo na vida amorosa dela deu errado? E o porquê suas escolhas de vida as transformaram tanto? Ficava recordando todos os dias do seu jeito doce com a vida, seu otimismo, e hoje, parece viver em amarguras e saudades do que um dia foi no passado não tão distante.
E sem controlar seus pensamentos, começou a recordar tudo que viveu antes de transformar-se nessa mulher de hoje, fria e um pouco amargurada. Cristina era muito romântica, parecia até estranha que um dia chegasse a ser como é hoje,fechada para o amor .
Nunca foi de muitos namorados, seu sonho era se casar com o seu amor verdadeiro, ter seu príncipe encantado popularmente desejado por todas suas amigas. Vivia imaginando viver um amor de novela, com direito a declarações e um homem que a amasse com toda a sua alma.
Quando completou vinte cinco anos, conheceu Thomas. Ele era o seu sonho de amor que sempre quis, tinha mais de 1,80 de altura, pele morena, seus cabelos eram ondulados. Fazendo com que ficasse mais charmoso do que era, seus olhos eram castanhos-claro, seus lábios eram carnudos, e ela desde que o viu, desejava ser beijada intensamente por ele.
Mas o que a deixava mais atraída por ele, era a sua personalidade que o fazia ser mais atraente aos olhos apaixonados da jovem e romântica Cristina. Thomas era tímido e bem calado, já ela era o oposto dele, tinha somente 1,60 de altura, cabelo liso e comprido preto, seus olhos eram verdes, e sua personalidade era muito extrovertida.O romance entre os dois iniciou logo após Cristina ingressar na universidade.
Como eram diferentes entre si, até os cursos eram opostos, Ela cursava Administração da área das ciências sociais,e ele, Engenharia civil, do mundo das ciências exatas. Cristina, entrou no curso por causa de um sonho, sempre quis ter sua própria empresa, ser dona de algo e poder alcançar o sucesso como empresária.
E Thomas, diferente dela, estava na faculdade por pressão familiar, como eram mais abastados financeiramente falando e tinham uma empresa de construção civil, um dos filhos tinham que seguir com os negócios da família, e ele foi o escolhido por seu pai.
A paixão dos dois, foi como o povo chama de amor à primeira vista, Cristina até no dia fez uma poesia para descrever o que seu corpo sentiu ao vê-lo andando em sua direção pelo corredor da faculdade. Thomas, quando a viu, abriu o mais lindo sorriso, que quase a fez derreter enquanto tentava seguir o trajeto até sua sala de aula. E a partir daí foi um pulo para os dois se aproximaram, e diferente da sua família, ele a incentivava em seu projeto de vida.
E tudo entre eles, hoje Cristina lembrando foi muito rápido, com menos de três meses ela foi apresentada para sua família. Ele fez uma cena digna do romance que ela via nos filmes e queria viver, ajoelhou e a pediu em namoro na frente de todos, depois desse dia eles não desgrudaram mais.
Tudo durante cinco anos foi um verdadeiro conto de fadas, tinha um parceiro doce, companheiro que sempre a fazia se sentir amada. Ela se gabava com suas amigas, do quanto a vida foi boa com ela, a trazendo um verdadeiro príncipe encantado. Ao terminarem seus cursos na faculdade, decidiram que iam morar juntos naquele ano.
Um mês depois de irem para o apartamento que Cristina vive até hoje, ela descobriu que estava grávida. No começo foi um susto para ela, mas como tinha certeza absoluta da relação com Thomas, isso não atrapalha a história deles, mesmo parecendo que pularam fases a serem feitas em seu relacionamento. Mas como ela o amava, achava que nada mudaria o amor de Thomas por ela.
Cristina fechou o espelho do banheiro, seu semblante estava sério, seus olhos cheios de lágrimas. Lembrou que preparou uma surpresa no dia que descobriu sua gravidez, arrumou a roupinha de um bebê na cama, balões espalhados, frase escrita: você foi promovido ao cargo de papai!
Thomas nunca atrasou para chegar em casa, mas nesse dia começou a passar do horário combinado. Ela ficou horas esperando, quando estava cochilando duas horas depois, escutou a porta do apartamento ser aberta. Porém, ele estava diferente, bêbado e com marcas de batons de variadas cores em sua camisa.
Cristina parecia agora que lembrava do baque que foi aquela cena, e quando ela perguntou, diferente dos cinco anos juntos, Thomas pela primeira vez foi ríspido e gritou para ela deixá-lo em paz. Ela, por amor, ainda o ajudou a ir para cama, tirou sua roupa suja que cheirava a perfume feminino barato.
Seu coração sofreu o primeiro golpe, será que seu amor estava com outra mulher? Ao pensar nessa hipótese, ela não queria acreditar que seria possível. No outro dia, ele ao acordar e ver a decoração deixada no quarto, parecia que voltou a ser o homem de sempre que ela conheceu. Se desculpou, ele no mesmo instante ligou para o médico da família e marcou uma consulta para aquela tarde.
Ao passarem na consulta, o doutor propôs que realizassem uma ultrassom para saberem de quantas semanas era o bebê. Cristina deitou na maca muito nervosa, passou uns minutos o doutor com a expressão surpresa disse:
— Mamãe, você foi presenteada pela vida.
— Por que doutor?
— Parabéns para os papais. — O doutor virou o monitor da ultrassom para que apontasse na tela, e revelou. — Está vendo esses dois sacos gestacionais? Significa que tem dois bebês! E já está com oito semanas de gestação.
— Doutor, fale o mês que está! Não entendo nada de semanas. — Perguntou Thomas, o doutor riu, pois era normal pais de primeira viagem não saberem essas coisas de semanas da gravidez.
— Papai, a mamãe aqui está há dois meses. Parabéns aos papais em dose dupla!
Thomas levantou rindo comemorando a notícia, ela deitada, quase sentiu sua alma saindo na hora do seu corpo. Além de ser uma gravidez não planejada, ainda foi contemplada com dois filhos de uma vez só. Mas seu instinto materno já gritava dentro de si, o amor nasceu no mesmo instante que soube que seus filhos cresciam dentro dela.
Tudo era um sonho, mas a pergunta amarga que Cristina fez durante todos esses anos ao recordar tudo que viveu ao lado de Thomas: O porque o seu príncipe encantando se transformou em um sapo?
— Peço que a senhora sente-se e fique calma. Se tudo que diz é verdade, tudo será esclarecido.— O Delegado disse com firmeza essa ordem, e logo depois de Cristina sentar, concluiu olhando para o advogado.— Hoje sua cliente não será detida, iremos liberá-la com o acordo dela não fugir.— Ela estará à disposição da justiça, senhor delegado. Não se preocupe!Cristina, somente sabia chorar. Como ela sairia dessa situação horrível, a sua loja era seu orgulho, o marco da sua superação depois de tudo que passou com o Tomas. E agora, por causa desse vínculo, tudo poderia ruir. Ela ainda estava em estado de choque, assinou alguns documentos e praticamente foi carregada pelo seu advogado para fora da sala do delegado. Ao chegarem na porta, viram Fernando e Omar procurando por ela.Ela não conseguiu mais se manter forte, agarrou-se nos dois e chorou sem dizer uma palavra, enquanto eles tentavam em vão à consolar:— Não chore minha filha, tudo vai ficar bem.— Omar disse com a voz embargada com a
No meio daquele clima, Fernando e a Diretora não viram que Angelo e Sofia estavam vendo o final do que acabou de acontecer. Viram o senhor saindo, lembraram que era o mesmo que disse que era o outro avô deles quando veio a escola da outra vez.— Tio Fernando?! Olha o tio, o vovô que veio aquele dia na escola! Sofia caminhou até os dois que continuavam vendo Teodoro sumir pelos corredores da escola. Fernando, ao ver a pequena, com rapidez sorriu, não queria que os dois vissem ele nervoso. O seu coração apertou em pensar que nesse momento a mãe deles estava na delegacia:— Oi, linda. Hoje a mamãe pediu para eu buscar seu irmão e você. E deixe aquele homem está bem?— Por que a mamãe não está aqui? Aconteceu algo com ela? — A pequena coçou o nariz, com seu vestido rosa e sua trança comprida em suas costas. O mesmo jeito da sua mãe em se expressar.O coração apertou novamente ao ver aqueles olhos inocentes perguntar da mãe. Não seria ele que contaria algo desse nível para duas crianças
— Isso só pode ser uma grande brincadeira! De onde surgiu essa denúncia, policial? — Cristina mexia sem conseguir acreditar em tudo que dizia os documentos do processo contra ela: Sonegação de imposto, desvio de fundos para contas secretas.— Minha cliente sempre pagou seus impostos, nunca teve contas secretas! Meu escritório que sempre auxiliou a Renova.— Sim, todos dizem isso, doutor. Ela terá que provar tudo no tribunal perante a justiça. Agora, a loja ficará interditada até mais investigações. E a senhora Cristina nos acompanhará até a delegacia.Delegacia? O que estava acontecendo na vida de Cristina. Nem nos seus piores pesadelos imaginou passar por isso em sua vida. E sabia que tinha dedos e mãos de Teodoro e Marta, avós de seus filhos.— Alfred, e agora? Delegacia?— Fique calma Cristina, irei te acompanhar.Cristina só pensava em seus filhos e sua família. Lembrou de Fernando, e como ele deve ter sentido o mesmo que ela agora, ser levado como um criminoso de um crime que não
O conforto da noite foi cruelmente contrastado pela manhã de novas surpresas na vida de Cristina. O sol mal havia se levantado quando a máquina de fofocas começou a funcionar, impulsionada pela vingança calculada de Teodoro e Marta. Eles não haviam esperado pela justiça legal, optaram pela justiça popular, mais rápida e infinitamente mais destrutiva para conseguirem o que queriam.Cristina estava na cozinha, preparando o café e a lancheira das crianças para irem à escola, quando seu celular começou a tocar insistentemente. Eram mensagens de funcionários, de colegas de trabalho e, finalmente do Miguel, de seu amigo, que ligou:一 Cristina, bom dia. Você viu as notícias que saíram?一 Não, acordei e fiquei um pouco com os meninos. Por que Miguel? O que saiu de tão importante que meu celular não para de vibrar?De vez da risada de seu amigo como sempre, ficou um silêncio que começou a deixar Cristina nervosa. Largou a mochila que carregava nas mãos, e sentou em uma cadeira em sua cozinha:
Cristina saiu da casa de seus pais desnorteada com a possível volta de seus ex -sogros, os pequenos Angelo e Sofia ainda tentaram puxar assunto, mas ela se limitava a respostas monossilábicas, não queria transparecer preocupação. Nesse momento necessitava de um abraço, não desejava incomodar Fernando, sabia que mesmo ele não sendo pai da Selena, tinha mexido com ele profundamente esse episódio de ser quase pai. Mas, ao se aproximar de sua casa, viu de longe o carro de Fernando que aguardava ela chegar.Quando seus olhos se encontraram, do sorriso que Fernando estava em seu rosto, deu espaço para preocupação.一 Aconteceu alguma coisa, meu bem?一 Nada demais Fernando. 一 Voltando para seus filhos, sorriu. 一 Meus amores agora entrem para tomar um banho, mamãe vai conversar um pouco com o tio Fernando.一 Não antes de me abraçar bem forte, estou morrendo de saudades de vocês.Fernando depois dos dias turbulentos ver os pequenos era reconfortante. Prometeu não perder o contato da pequena Se
O ar no escritório de Teodoro estava pesado, não apenas pelo aroma de couro antigo e charuto que não era aceso há anos, mas também por uma eletricidade muda de tensão. As persianas de madeira escura estavam entreabertas, filtrando a luz da tarde em luzes douradas que iluminavam as poltronas no canto daquele lugar, quase dançando no silêncio que se instalara. O ambiente, que à muito tempo exalava o aroma de sucesso de um homem de negócios, parecia, naquele momento, um cofre de segredos e planos forçados.Marta, com a voz embargada por uma mistura de medo contida e profunda preocupação, foi a primeira a quebrar o silêncio, o som de seus sapatos de salto baixo ecoando na madeira polida do piso:— Eu te disse para não ir atrás deles! — A repreensão, embora firme, era como um fio de seda puxado com força, prestes a se romper. Ela moveu-se do centro do tapete persa, onde a estampa desbotada de medalhões azuis e bordôs parecia absorver a luz, até onde Teodoro estava, de pé junto à imponent





Último capítulo