Jonas recolheu os papéis e os guardou com cuidado em uma pasta velha que encontrou na estante. Levantou-se e atravessou o apartamento silenciosamente, guiado apenas pelo barulho leve de seus passos e o rangido da madeira velha sob seus pés. Ainda havia um corredor estreito à esquerda da sala, com uma porta entreaberta ao fundo — o último cômodo que ele ainda não havia investigado.
A luz natural que entrava pelas janelas era fraca, tingida pela neblina esbranquiçada que parecia persistir no ar do prédio. O corredor tinha cheiro de coisa antiga e guardada, um aroma de mofo e papel úmido. Conforme se aproximava da porta, sentiu novamente aquela pressão no ar, um incômodo leve e inexplicável, como se estivesse prestes a interromper algo que dormia.
Jonas empurrou a porta devagar. O cômodo era pequeno, possivelmente um antigo escritório ou sala de leitura. Havia uma poltrona rasgada encostada junto a uma escrivaninha repleta de objetos — pilhas de cartas amarradas com barbante, um relógio