Jonas se congelou por um instante.
O som tinha vindo do quarto ao lado — não o que ele já havia vasculhado, mas outro, cuja porta estava entreaberta, como se alguém tivesse acabado de passar por ela. A luz fraca da tarde, filtrada pela neblina densa lá fora, mal chegava até ali.
Com o coração acelerado, ele pegou um dos potes de vidro — o mais pesado — e foi em silêncio até a porta.
Empurrou devagar.
O cômodo estava escuro, mas não completamente. Havia um abajur antigo ligado, oscilando uma luz amarelada e trêmula. O quarto parecia um escritório adaptado — uma escrivaninha, estantes, uma cadeira giratória com o estofado rasgado.
Jonas entrou.
O chão rangeu.
— Tem alguém aí? — ele sussurrou, já sabendo que não teria resposta.
Nada.
Mas o abajur... ele não estava ligado da última vez que passara por ali. Alguém o havia acendido.
Caminhou até a escrivaninha e viu um caderno aberto. As páginas pareciam recentes. Escritas com uma caneta azul. Na última folha:
"O peso vai se aproximando qua