Jonas deu um passo para trás, o coração acelerado.
A maçaneta parecia ter se movido... mas agora, parada, imóvel, não mostrava sinal algum de que havia sido tocada.
Ele ficou ali por alguns segundos, encarando a porta com os punhos cerrados, o cano levantado. O som da própria respiração era tudo que conseguia ouvir. Nenhuma outra batida. Nenhum rangido.
“Impressão sua. Só isso. Você tá cansado. Tá... ficando paranoico.”
Tentando recuperar o controle, virou-se de novo para a sala. Precisava encontrar algo útil, e rápido. Não podia continuar contando com a sorte — ou com a luz fraca que escorria pelas frestas das janelas.
Começou a vasculhar o apartamento com cuidado. As sombras dançavam nas paredes, compridas e distorcidas. Abriu gavetas, empurrou armários.
Na cozinha, depois de alguns minutos, encontrou uma caixa plástica de ferramentas. Revirou o conteúdo — chaves de fenda, pilhas velhas, uma fita isolante ressecada — e enfim, no fundo, algo que o fez suspirar aliviado:
Uma lanterna.