Jonas fechou a porta do 502 devagar, trancando-a com a chave de Tereza. O corredor estava do mesmo jeito — sombrio, silencioso, com a luz da vela ainda oscilando no chão, onde ele a deixara presa entre uma garrafa quebrada e uma fita adesiva improvisada.
O cheiro de mofo e ferrugem parecia mais denso agora. O elevador permanecia imóvel, com o visor apagado. Ele olhou para a carta outra vez em seu bolso. “Nunca confie na luz do elevador.”
Subir. Precisava subir.
Se havia algo acontecendo naquele prédio — e estava cada vez mais claro que havia —, as respostas não estavam apenas na memória esquecida de Tereza. Talvez outro morador soubesse de algo. Ou talvez…
Ele empunhou o cano com firmeza e começou a subir os degraus, passando pelos degraus que rangiam sob seus pés. A luz de emergência no teto piscava a cada três segundos, mergulhando tudo em um ritmo quase hipnótico de sombra e luz.
Chegou ao andar de cima — o 6º — e parou.
O corredor estava ainda mais escuro. A maioria das portas fec